A denominação Clostridioses refere-se a diversas
enfermidades ( doenças ) causadas pela bactéria chamada Clostridium ou ainda
por suas toxinas. Existem cerca de 13 espécies destes microrganismos que podem
causar doenças (quadro 01 ), e são encontrados naturalmente no solo e água;
quando as condições não são ideais para a sua multiplicação apresentam uma
forma de resistência chamada esporo.
A maioria destas bactérias está presente no intestino dos
animais.
Na forma esporulada podem persistir viáveis no solo por
dezenas de anos, causando danos aos animais em diversas situações. As
Clostridioses mais comuns em bovinos no Brasil são: o Botulismo, a Mangueira ou
Carbúnculo Sintomático, as Gangrenas gasosas, o Tétano e a Enterotoxemia, que
acomete principalmente animais jovens.
A maioria destas doenças ocorre neste período do ano,
início de verão.
Diagnosticar ou reconhecer qual ou quais Clostridioses
ocorrem na propriedade é o primeiro passo para controlar efetivamente o problema.
Nesta fase é necessária a participação do veterinário; para eventualmente
proceder a coleta e remessa de material para um diagnóstico preciso em
laboratório especializado, recomendando assim a adoção das medidas preventivas,
incluindo a vacinação específica para o controle da doença.
A maioria dos produtores estão conscientes e reconhecem
as clostridioses como um dos principais problemas a ser controlado nas
propriedades; uma vez que a vacinação voluntária no Brasil, totaliza 150
milhões de doses comercializadas por ano, sem nenhum controle oficial por parte
do governo.
As clostridioses causam doenças basicamente por dois
mecanismos: produção de toxinas e invasão de tecidos. Os clostrídios penetram
no organismo na forma esporulada, através de alimento contaminado, feridas ou
por inalação. As toxinas são produzidas no organismo do animal ou são ingeridas
pré-formadas, como no caso de intoxicação botulínica.
As carcaças dos animais mortos pelas clostridioses devem
ser incineradas (queimadas). Os restos enterrados.
Botulismo:
O botulismo bovino é uma infecção grave, consequência do
desequilíbrio alimentar. É mais frequente nas vacas em gestação ou nas de
produção de leite, que necessitam de uma alimentação mais rica. O desequilíbrio
gera um apetite depravado (desordenado), que faz com que o animal passe a
ingerir alimentos estranhos, como carcaças de outros animais mortos, plásticos,
tecidos, ossos. A doença é causada pela toxina da bactéria chamada Clostridium
botulinum a qual geralmente leva o animal à morte.
Uma vaca de 450 quilos necessita para sua mantença de 14
gramas de fósforo por dia, se estiver gestante, mais 4,0 gramas e mais 1,8
gramas por litro de leite produzido. Assim uma vaca de 450 quilos produzindo 12
litros de leite e gestante necessita de 41,6 gramas de fósforo por dia. De um
sal mineralizado com 9% de fósforo, a vaca comendo 120 gramas por dia estará
ingerindo 10,8 gramas.
Uma pastagem de brachiarão, fornece cerca de 13,0g de fósforo por dia vindo da forragem (50
quilos de matéria verde), totalizando na dieta 23,8 gramas de fósforo por dia
contra 41,6 que a vaca necessita. Esta dieta se continuada poderá levar o
animal a deficiência e ao apetite depravado.
(Mangueira) Carbúnculo Sintomático x Gangrena Gasosa
Em todas as regiões do Brasil existem condições para a
ocorrência destas enfermidades.
A Manqueira ou Carbúnculo Sintomático é a principal causa
infecciosa de mortalidade de gado até 2,5 anos de idade. Quando ocorrem surtos
podem morrer em média 15% dos animais.
A morte é provocada por causa da multiplicação rápida do
microrganismo (Clostridium chauvoei) no músculo do animal, geralmente nas áreas
da paleta ou do traseiro, a dificuldade na locomoção faz o animal mancar, daí o
nome Manqueira.
A evolução da doença tem em média de 24 a 48 horas, sendo
comum casos onde os animais são encontrados mortos na pastagem com sangramento
pelas cavidades naturais (nariz, boca e ânus) e inchaço do cadáver, fazendo
quase sempre a morte ser confundida com mordida de cobra.
Além dos sinais clínicos, informações obtidas na fazenda,
achados de necropsia; a detecção da bactéria é suficiente para o diagnóstico.
Enterotoxemias:
O diagnóstico da enterotoxemia bovina é de grande
dificuldade; pelo fato do C. perfringens estar presente no trato
gastrointestinal dos animais; por isso apenas o isolamento do microrganismo não
é suficiente para o diagnóstico da doença, que está na dependência direta da detecção
das toxinas produzidas pelo agente.
Assim as enterotoxemias são as que mais chamam a atenção
de produtores e veterinários.
Até o presente momento, existe uma baixa freqüência de
diagnóstico laboratorial de enterotoxemia bovina no Brasil.
Qualidade das vacinas:
Trabalhos realizados por alguns pesquisadores no Brasil,
mostraram que as vacinas demonstraram baixa antigenicidade ( taxa de proteção),
dos produtos testados.
A escolha de uma vacina de boa qualidade é um passo
essencial no controle destas doenças.
Os custos dos programas de vacinação são extremamente
baixos e trazem benefícios significativos. O melhor critério de escolha é a
busca de vacinas com eficácia comprovada no campo.
No mercado existem desde vacinas específicas, como por
exemplo contra o Botulismo, o Tétano e a Manqueira, ou ainda as polivalentes
contra diversas Clostrid13
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